Assim nasceu minha vocação...

É preciso sonhar o sonho de Deus! Essa frase resume toda a minha caminhada vocacional. Nunca pensei, nem sonhei em ser carmelita!
A vontade de Deus chegou a mim pelas mãos de nossa Mãe Maria. Sempre tive um amor muito grande por Nossa Senhora com o título de Aparecida, pois foi por ela que tive clareza de que Deus me queria carmelita descalça.
Jesus se deu a conhecer verdadeiramente e começou a me atrair toda a Ele, num relacionamento que cresceu primeiro com Maria, que me trouxe Seu Filho e Seu Amor que pude sentir. E aos poucos cresceu meu relacionamento com minha Trindade Santa. E no meu coração passei a me questionar: e se fosse toda Dele, desse Amor maior?
Porém, não me é suficiente, a vontade de Deus para o futuro era bem maior do que imaginava. Inquieta, conversei com um sacerdote e ele me aconselhou a esperar um momento e se o desejo de ser religiosa persistisse deveria ir ao encontro da vontade de Deus.
Conheci as Irmãs Clarissas, pois desejava ser franciscana e comecei a caminhada vocacional. Com um ano de caminhada discerni seriamente que a minha vocação era para a vida consagrada, porém não como Clarissa. Já conhecia também as Franciscanas de vida ativa e posteriormente, as Irmãs Marcelinas. Mas sabia que não era nem esse nem aquele meu carisma.
O interessante é que conheci o carisma teresiano bem antes de entrar em contato com as Clarissas e julgava não ser esse o meu carisma, mas todas as circunstâncias, inclusive os meus estudos se encaminhavam a São João da Cruz e Santa Teresinha.
No serviço ao Reino de Deus me tornei catequista, coordenadora do Apostolado da Oração, serva da RCC no grupo de jovens e membro da pastoral da Misericórdia de minha comunidade, São Francisco Xavier, sempre respondendo aos apelos de Deus.
Assim esperei algum tempo para ouvir a voz de Deus e ela veio. Literalmente minha vocação carmelitana é um mistério que não sei explicar, é como um perfume que se exposto ao ar perde a sua fragrância, como nos diz santa Teresinha e só no Amor pode ser compreendida. Senti e discerni que Deus me deseja carmelita, desejo que no início de minha caminhada não sentia e hoje agradeço ao Senhor por me presentear com tão grande gracejo, o de minha vocação, pois sei que sou indigna de vestir o mesmo habito de minha Mãe. E posso exclamar como Jeremias: Deus me atraiu e numa luta desigual foi Dele a vitória! (Jr 20,7).
Minhas pobres palavras não conseguem demonstrar o tamanho da alegria de possuir tão sublime vocação, por isso, peço ao Nosso Senhor, pelas mãos da Santíssima Virgem que me conceda a graça da perseverança para seguir a minha vocação, agradá-Lo, carregar com Ele a Cruz e ajudar na salvação das almas. E mais do que tudo, ser uma boa e digna carmelita para louvor de Sua glória! Amém!
